Ontem, 19/10, tive a primeira aula em uma oficina de contos com a Katherine Funk. Já cheguei gostando porque todos os participantes ficaram cara a cara em cima de um palco. Também foi lindo e espontâneo eu ter podido falar de uma limitação minha. A tarde foi regada de muitas leituras. E logo de cara o desafio de criar um conto que falasse de silêncio. Como a aula acontece aos sábados tô pensando em fazer por aqui a sessãozinha "Te(m) Conto no domingo". Ei-lo, então:
Não ouvir gritava em mim uma voz toda lâmina. E o medo de ser arrancado do chão como se arranca uma planta era tudo o que eu sentia. Eu nunca arranquei planta alguma, como nunca arranquei teus cabelos, mesmo quando duvidava do que você escondia debaixo do seu cérebro. Mas naquele dia de vento, apesar de não ouvir a brisa, puxei de nós o silêncio amedrontado e gigante. Trouxe à mesa o frio nas mãos e a garganta seca. "Começa!!!"."Começar o quê"? - respondi (só) com o pensamento. Preferi o silêncio e arranquei de nós o grito (mal)dito e (não) dito. E bem ali, ao vento e à brisa surda, eu, você e o silêncio: triângulo de dúvidas. Infinitas penas à espera de um ponto. Final? Não sei. Talvez um ponto de partida para um lugar gritado.
domingo, 20 de outubro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
Todo dia
Todo dia um caminho. Uma vida. Estaque. Todo dia um mudo. Mudo. Um furo. Uma frase imperfeita. Todo dia o agora. A fala. Chora o instante toda hora. Demora o dia todo o futuro. O medo. O dia inteiro, meio - o dinheiro, o cerco. Todo dia, tudo de mão beijada. Às vezes, é quase nada todo dia. Um sim. Talvez. Não. Um tranco todo dia. E no fim do dia o sol despede a claridade. Todo dia eu enxergo o cego (a)bismo. Eu cego também todo dia. A idiotice alheia eu calo todo dia. A imbecilidade também. Todo dia o que já foi. O que ainda virá todo dia. Eu bem sei. Sei? Todo dia eu duvido, e vivo.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Oficina de Escrita Criativa Contos
Na tentativa de ser selecionada para um curso de contos precisei escrever
uma justificativa de 5 linhas.
Acho que ela ficou com cara de conto.
Então vale o registro aqui no LiteraSamba:
As palavras [reais ou imaginária] me rondam e me "rodam" há tempos. O cheiro da tinta no papel. A folha branca e pautada O texto posto no envelope.
A letra. O traço. A escrita tramada, armada e amada. A história quase acabada, sem querer findar. A pausa entre as linhas (mal)ditas ou (bem)ditas: tudo me inspira e me comove a participar da Oficina de Escrita Criativa: Contos.
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