domingo, 20 de outubro de 2013

De onde vem o Silencio

Ontem, 19/10, tive a primeira aula em uma oficina de contos com a Katherine Funk. Já cheguei gostando porque todos os participantes ficaram cara a cara em cima de um palco. Também foi lindo e espontâneo eu ter podido falar de uma limitação minha. A tarde foi regada de muitas leituras. E logo de cara o desafio de criar um conto que falasse de silêncio. Como a aula acontece aos sábados tô pensando em fazer por aqui a sessãozinha "Te(m) Conto no domingo". Ei-lo, então:


Não ouvir gritava em mim uma voz toda lâmina. E o medo de ser arrancado do chão como se arranca uma planta era tudo o que eu sentia. Eu nunca arranquei planta alguma, como nunca arranquei teus cabelos, mesmo quando duvidava do que você escondia debaixo do seu cérebro. Mas naquele dia de vento, apesar de não ouvir a brisa, puxei de nós o silêncio amedrontado e gigante. Trouxe à mesa o frio nas mãos e a garganta seca. "Começa!!!"."Começar o quê"? - respondi (só) com o pensamento. Preferi o silêncio e arranquei de nós o grito (mal)dito e (não) dito. E bem ali, ao vento e à brisa surda, eu, você e o silêncio: triângulo de dúvidas. Infinitas penas à espera de um ponto. Final? Não sei. Talvez um ponto de partida para um lugar gritado.

2 comentários:

  1. Um dia você ainda vai autografar seu livro pra mim... e vou ficar ainda mais orgulhosa de tê-la tido como "aluna" na nossa oficina. O endereço do nosso blog é http://oficinadecontos2013.wordpress.com. Abraços!

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